É estranho falar de humanização quando nós “homens e mulheres” somos seres Humanos, pois usamos a razão e o nosso nível de consciência é diferente.
Mas ao mesmo tempo é interessante porque os animais, mesmo irracionais, seguem seus instintos, demonstram o amor e o carinho pelos seus filhotes ou “tribo”.
Parece óbvio falar parto humanizado, mas o nome surgiu justamente porque os Humanos esqueceram de integrar a racionalidade e a tecnologia ao coração e a natureza. O nome surgiu para relembrá-los. Para ajudá-los a sair desta teia que muitas vezes cega e desconecta.
Antigamente as mulheres pariam em casa, de cócoras e com o passar do tempo perdeu-se esta conexão com os instintos e a tecnologia tomou conta do poder feminino de parir.
Pensar que o fórceps foi desenvolvido porque as mulheres começaram a parir deitadas, ou seja, contra a natureza, o que prejudicava a saída natural do bebê.
Imagem que compartilho da página do facebook: O Renascimento do Parto – O filme
A Cesárea foi incrível para em determinados casos salvar vidas e evitar sofrimento fetal e da parturiente. Porém, esqueceu-se que a natureza da Mulher é parir e que a Cesárea que era uma segunda opção utilizada apenas em caso de emergência, se tornou a primeira opção desnecessariamente.
Depois disso a mães que sãos os seres de maior conexão com seus filhos, passaram a ser secundárias após o parto. Às vezes não pega o filho e nem o vê porcausa da sedação.
Assim, foi crescendo a desumanização do parto.
Antigamente, as mulheres amamentavam seus filhos por anos, na cama junto aos outros irmãos. Naturalmente eram criados, as mulheres recebiam orientações de parteiras, mulheres vividas que entendiam de ervas, ou que apenas seguiam os ciclos da natureza.
A partir daqui em vez de chamar de Parto Humanizado chamarei de Parto Ecológico, como aprendi fazendo o curso da Heloísa Lessa. Ecológico é o respeito entre os seres vivos e a natureza, é o equilíbrio.
Quando falo de parto Ecológico me refiro sim a prioridade do parto natural, que seria um parto o mais instintivo possível, sem analgesia, cuidados com o ambiente, preparação física e emocional durante o pré-natal, acolhimento com a parturiente, total apoio e respeito ao momento da mulher, as contrações e tudo o que ela sente.
Duas palavras – chave me vêm a cabeça para explicar este tema:
RESPEITO e INSTINTO, respeitar o momento e as expressões da mulher antes, durante e após o parto. E também respeitar o amadurecimento natural do feto, pois é este desenvolvimento que vai dar sinais de que ele está preparado para nascer e que farão as contrações surgirem! É o corpo da mãe e do bebê agindo sincronicamente para vir ao mundo.
Quando falamos destas expressões significa a capacidade dela deixar fluir, ter consciência da sua capacidade e de escutar seu corpo, seguir os instintos é deixar o corpo manifestar livremente o Hormônio do Amor(soltar a voz durante o trabalho de parto, ficar nua, descansar nos intervalos das contrações)
O cuidado com o ambiente significa a baixa luminosidade e um ambiente aquecido, o número de pessoas, quanto menos melhor. Acolhimento do bebê na hora de nascer, o melhor é colo da mamãe!
O bebê vai direto ao colo da mãe e o cordão será cortado somente após parar de pulsar. Este sangue que corre logo depois que o bebê nasce é essencial, deixe-o correr naturalmente para não impedir de forma agressiva este fluxo. Este fluxo leva bastante ferro para o bebê.
Em caso de cesárea, o mesmo cuidado será feito, ao sair da barriga da mãe, levar o bebê ao contato materno. Se por algum motivo emergencial isso não puder acontecer, mostrar o bebê para mamãe para ela fazer o primeiro contato, pois ajudará a liberar a ocitocina, o Hormônio que o corpo da Mulher produz, o que mantém o elo de ligação entre os dois e apura os instintos naturais do corpo da mulher, como o aleitamento materno, o desejo de cuidar e proteger, de amar!!
Hoje em dia temos mulheres especializadas exatamente para ajudar as gestantes na hora do parto, chamadas de doula. E também as parteiras que acompanham a mulher durante toda a gestação e trabalham com uma equipe preparada para este movimento da Humanização.
Portanto, o Parto Ecológico está intimamente relacionado ao Hormônio do Amor. Respeitar a Mulher é respeitar a atuação livre da Ocitocina que é liberada espontaneamente e que ao fluir no corpo conduz a mulher e seus instintos tornam-se seus guias para gestar, parir e Ser Mãe!
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Thaíse Titon